Ao começar uma nova rotina de treinos sem a ajuda de um profissional de educação física é natural que diversas dúvidas surjam ao longo do tempo.

Depois de dar o primeiro passo e sair do sedentarismo, o ideal é ter uma rotina de treinos que seja eficiente. Mas o que isso significa, exatamente? Não basta simplesmente ir se exercitar todos os dias? Na verdade, quanto mais entramos no universo maravilhoso da atividade física, mais descobrimos que há muitas opções a serem escolhidas a depender do objetivo, do histórico e da situação física de quem pratica e embora não viver de forma sedentária certamente seja uma coisa boa, é interessante direcionar os treino para aquilo que se deseja mais, sempre com segurança, prudência e respeitando as nossas limitações de seres humanos.

No entanto, depois de dado o primeiro passo em direção a uma vida melhor e mais dinâmica através da atividade física, é preciso buscar organizar melhor os treinos e a primeira pergunta a ser respondida é: qual é o seu objetivo? A definição do objetivo significa decidir qual é a melhor modalidade, o melhor estilo de treino, a quantidade de dias da semana que é interessante treinar e o devido descanso, a intensidade e até mesmo o tempo de duração de cada treino. Definido isso, é também definido qual é o intervalo mais adequado entre os treinos e até mesmo entre séries.

Treinar todos os dias faz mal?

Essa é uma afirmação que ainda gera muita confusão entre os praticantes amadores de atividades físicas e não deve ser tomada como verdade absoluta. Ora, o intervalo depende do tipo de treino, que depende do objetivo que foi definido logo no início da rotina de treinos. Afirmar que treinar todos os dias é ruim para a saúde é um grande equívoco, já que, além de ser uma afirmação que dá brecha para a ambiguidade, não se aplica à maioria dos casos. Desconstuir este tipo de equívoco é fundamental para se ter mais conhecimento sobre como o corpo funciona.

Há quem prefira treinar apenas três vezes por semana – o mínimo necessário para se considerar fisicamente ativa –  seja para não enjoar da academia ou mesmo porque só possuem disponibilidade para treinar durante três dias. Obviamente, um treino de cinco vezes por semana traz resultados mais rápidos, sendo mais eficiente e intercalando modalidades de forma estratégica, de acordo com o que sugere o educador físico. O que pode ser prejudicial para o organismo é treinar todos os dias o mesmo grupo muscular, gerando um desgaste que é capaz de impedir a recuperação da estrutura muscular e comprometendo o resultado dos treinos, além de aumentar as chances de lesões e musculares e outros problemas.

Em suma, podemos corrigir a afirmativa de que “treinar todos os dias faz mal” para: treinar todos os dias da mesma forma e com a mesma intensidade pode ser prejudicial. Porém, há inúmeras formas de organizar os treinos ao longo da semana. Uma excelente opção é intercalar treinos aeróbios e anaeróbios, otimizando a queima de gordura e o fortalecimento muscular, ganho de massa magra, controle do peso e da melhora de performance. Outra opção interessante, indicada tanto para circuitos, crossfit e musculação é variar os grupos musculares trabalhados, criando de dois a três tipos de treinos por semana, para que assim a variação de músculos trabalhados seja maior. Assim, o descanso pode ser voltado para grupos musculares e não para o corpo todo, de modo que não é uma regra ter que ficar um dia inteiro sem treinar, só para descansar.

O exemplo da musculação

É válido dar o exemplo da musculação para mostrar melhor como o direcionamento de quantidade de séries, carga e intervalo são relevantes para determinado propósito. Por exemplo, quando o objetivo é hipertrofiar, ou seja, aumentar a massa muscular e ganhar também peso, o treino é voltado para ganho de força e envolve uma quantidade mais alta de carga com poucas repetições e intervalos que variam de 2 a 6 minutos. Isso é necessário devido ao alto estresse causado no músculo nesse tipo de exercício, bem como a sobrecarga articular. Sendo assim, é interessante dar no mínimo vinte e quatro horas de descanso entre os dias de treino, permitindo assim que os músculos possam trabalhar tranquilamente em sua própria recuperação. Além disso, é interessante variar as regiões musculares para o próximo dia de treino, de acordo com o que o instrutor da sua academia sugerir.

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A frequência ideal de treinos

Não há uma frequência ideal de treinos que valha para todos. Tudo depende, como vale a pena afirmar novamente, do objetivo, do tipo físico e da estratégia determinada pelo professor, instrutor ou educador físico. A variação de treinos é interessante em múltiplos aspectos, seja para compensar o tipo de esforço que falta em um exercício ou mesmo para evitar que o treino fique cansativo, monótono ou repetitivo. Por essa razão, o seu intervalo ideal é algo exclusivo e deve ser definido pelo seu professor. Caso você treine sozinha, o conveniente a se fazer é buscar definir dois ou três treinos ao longo da semana durante cerca de três meses, modificando os exercícios depois desse prazo, porém mantendo a variação e também a frequência.

Considerações importantes

É preciso compreender que muitas pessoas não podem colocar a atividade física como prioridade, afinal, é preciso pensar em trabalho, tarefas domésticas e também nas demandas dos filhos e, por essa razão, muitas pessoas se esforçam muito para encontrar algum tempo que possam dedicar a si mesmas e aos treinos. Neste caso, o mais importante          é não desistir. Em segundo lugar, buscar conseguir uma frequência de, no mínimo, três vezes por semana, três horas por dia. Essa frequência garante, pelo menos, que não se leve um estilo de vida sedentário, evitando se sujeitar a diversos tipos de doenças e a perder o controle do peso. Neste caso, uma boa alternativa é solicitar ao professor ou instrutor físico que tente definir um treino que pode ser eficiente dentro desta frequência.

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