Emagrecer está “em alta”. Profissionais da saúde que podem recomendar métodos de emagrecimento e definição muscular são procurados diariamente.
Alguns desses profissionais se tornaram figuras públicas, que são acompanhadas diariamente por fãs como verdadeiras celebridades. A busca pelo “corpo perfeito” é árdua e longa e o que não falta no Brasil são pessoas insatisfeitas com os seus próprios corpos. É fato que vivemos em um país tropical. O clima nos incentiva a usar roupas leves, de modo que nossos corpos estão sempre à mostra. Mais uma razão para que a busca pelo emagrecimento e pela boa forma seja ainda mais intensa.
De acordo com pesquisas, mais da metade dos brasileiros está acima do peso. Isso, por si só, explica a insatisfação de boa parte das pessoas quando procuram uma academia, um personal trainer ou mesmo um nutricionista que possa ajudá-las a reduzir o excesso de peso para que se sintam melhor consigo mesmas. Procurar um profissional especializado para recomendar soluções saudáveis é sempre o caminho certo para tomar qualquer atitude com relação ao corpo, especialmente quando falamos de mudanças de hábitos. Porém, o que também acontece com bastante frequência é que se busque medidas que proporcionem um emagrecimento mais rápido – o que nem sempre é saudável.
Efeito sanfona
Uma das principais reclamações das pessoas que tentam emagrecer é o efeito sanfona, que nada mais é do que a oscilação acelerada de peso e medidas do nosso organismo. Ser vítima do efeito sanfona significa que, após um período de emagrecimento acelerado por causa de dietas restritivas demais, o organismo volta a engordar para o mesmo peso inicial ou até além dele. O efeito sanfona pode prejudicar a saúde através do enfraquecimento do sistema imunológico (tornando o corpo mais suscetível a contrair e desenvolver doenças), aumento do colesterol ruim, hipertensão e outros problemas.
Como o seu corpo se comporta com a restrição alimentar?
O organismo sempre buscará a estabilidade de todas as formas. Considerando que se trata de um sistema extremamente complexo, o cérebro deve entender a relação entre o corpo e o meio ambiente: quando haverá a entrada de alimentos para nutri-lo e garantir suas funções básicas para a sobrevivência; quando será necessário liberar mais calorias e energia para atividades físicas; qual é o momento do descanso, para que o sono venha. Do mesmo modo, ele se acostuma com o peso com o qual o corpo permanece por muito tempo, entendendo que este é o padrão e levando nosso sistema fisiológico a lidar com ele tal como é.
Assim, uma redução brusca na alimentação envia imediatamente ao cérebro um sinal de alerta: faltará alimento. Para evitar uma possível desnutrição e o comprometimento de suas funções vitais, o cérebro envia ao organismo um comando de alta absorção de todos os alimentos que forem ingeridos. Isso significa que a proporção entre o que você come e as calorias que serão absorvidas pelo seu organismo será alterada de modo a aumentar a absorção calórica e evitar a perda de energia.
Neste momento está a parte mais sofrida da dieta restritiva: você come pouco, passa vontade daquilo que gosta e não emagrece como deveria. Além de tudo, ainda precisa contar com pouca energia para se exercitar, o que praticamente inviabiliza o aumento da massa magra, que é fundamental para dar continuidade ao ciclo de emagrecimento.
É bastante comum que depois de alguns quilos a menos após uma dieta muito restritiva a pessoa se permita comer algumas coisas que gosta ou mesmo retornar à sua alimentação habitual, ainda que disciplinada. A tendência, neste momento, é que o organismo continue absorvendo o máximo que for ingerido, pois ainda está contando com a falta de alimento nos próximos dias. Por essa razão, engordar se torna absurdamente fácil após uma dieta excessivamente restritiva.
Vale a pena?
Do ponto de vista fisiológico, dietas muito restritivas não valem a pena, ainda que o emagrecimento venha rapidamente. Em primeiro lugar, mantê-lo será uma tarefa muito difícil, impedindo que se tenha prazer nos alimentos. Além disso, há a questão da saúde, que é prejudicada, às vezes de forma irreversível, pelo corte de nutrientes que colaboram com a sua manutenção. Do ponto de vista emocional, dietas restritivas causam estresse e ansiedade. Isso significa uma queda no bem-estar e na qualidade de vida.
A solução: reeduque-se!
O emagrecimento saudável reside na mudança do estilo de vida. É preciso deixar de lado o pensamento “estou de dieta” para colocar no lugar “vou tomar decisões saudáveis”. Onde reside a diferença? Exatamente no fato de que você não precisa ser duro consigo mesmo e ficar se policiando o tempo todo, mas sempre buscar conciliar a sua necessidade de alimento, ainda que como fonte de prazer, com escolhas mais saudáveis do que aquelas que você faz atualmente. Por exemplo: quer tomar uma cerveja? Por que não escolher aquela que possui menos conservantes e carboidratos? Quer fazer um macarrão para o almoço? Troque o molho de tomate industrializado pelo natural (do próprio tomate), não utilize óleo e evite colocar em seu prato alimentos embutidos. Gosta muito de arroz? Procure substituí-lo pelo integral. Acrescente uma fruta no seu café da manhã. Troque o leite integral pelo desnatado ou semidesnatado. Estes são exemplos simples do que você pode fazer em benefício da sua saúde de uma forma leve, saudável e que será eficiente para o emagrecimento de forma definitiva, ainda que demore um pouco mais para que ele chegue.
Não pare de comer
Parar de comer é a pior coisa que você pode fazer pelo seu organismo e até mesmo pelo emagrecimento do mesmo. Ora, para emagrecer você precisa de massa magra, e a construção de massa magra exige o consumo de calorias, preferencialmente de uma fonte saudável e natural. Ainda que você reduza sutilmente aquilo que consome, é preciso fazê-lo de forma gradual e tranquila, evitando que o seu cérebro identifique essa redução como um alerta de escassez. Emagrecer de forma saudável é a melhor demonstração de carinho que você pode dar para si mesma!