A terceira idade é um público que tem buscado cada vez mais a saúde através da atividade física. Descubra a importância.
Hoje eu te convido a fazer uma reflexão sobre a sociedade. Vamos falar mais especificamente de idosos. Olhe à sua volta e identifique os idosos que você conhece hoje e mesmo aqueles que você apenas vê pela sua cidade, andando pelas ruas e parques. Agora procure pensar: existe alguma diferença entre o idoso de hoje e o idoso de 30 anos atrás, falando de um modo geral?
Estatisticamente falando, no Brasil, houve um considerável aumento na expectativa de vida. Entre 1940 e 2016, de acordo com o IBGE a expectativa de vida aumentou cerca de 30 anos, chegando a mais de 75 anos. Em estados como Santa Catarina e Espírito Santo a expectativa é ainda maior: acima de 78 anos. A expectativa de vida é um indicador extremamente importante. Significa, grosso modo, que as pessoas encontraram uma forma mais saudável (ou menos arriscada, em casos específicos) para se viver. Aumento da expectativa de vida significa melhores condições de vida.
Muito disso se deve à descoberta da atividade física. A partir dos anos 1990, a saúde entrou em alta, as academias de musculação se espalharam pelo país e passou a haver preocupação com o controle do peso. Os alimentos naturais ganharam destaque, o cigarro foi condenado como extremamente nocivo à saúde e medidas foram tomadas para desencorajar o fumante a continuar com o hábito, bem como para desencorajar possíveis novos fumantes a ficarem atraídos por um estilo de vida fumante. Toda a mídia se movimentou para chamar a atenção para a saúde. Foi uma tendência, um boom positivo.
Hoje é estranho pensar que as academias de musculação não existiam no Brasil até poucas décadas antes. Atualmente, o mercado tem beneficiado esse setor, que lota salas de aula e de musculação todos os dias com pessoas correndo atrás de mais saúde, mais qualidade de vida, mais definição muscular e emagrecimento. Assim como o cigarro, o sedentarismo também foi condenado. Se antes era comum o hábito de acompanhar todas as novelas da noite, agora é natural sair da “toca” e tirar aquele tempinho para si e para ser fisicamente ativa.
Pistas de caminhada, parques e até rodovias estão lotados de pessoas caminhando, correndo e pedalando. Equipes inteiras de pessoas de todas as idades saem todos os dias para se exercitar e através da influência mútua arranjam forças para nunca mais parar. O fato de os cientistas, estudiosos e profissionais da saúde terem classificado o sedentarismo como nocivo fez com que as pessoas começassem a se mexer. Todos nós começamos a perceber que não basta não beber, não fumar e “comer verduras e frutas”. É preciso se mexer, ou as brechas para inúmeras doenças serão cada vez maiores. Desenvolver uma doença através do sedentarismo é algo que nos faz refletir sobre sentimentos como culpa, por exemplo.
O processo de envelhecimento
Durante a adolescência e o início da vida adulta a atividade hormonal característica faz com que o corpo responda de uma forma muito positiva (na maioria dos casos) a diversos tipos de estímulos. A disposição parece nunca acabar, os quilos se mantém mesmo com uma alimentação baseada em gordura e industrializados. Jovens parecem poder comer qualquer coisa, a qualquer hora do dia, que nada de diferente acontece com os seus corpos no que se refere a ganhos e perdas expressivas de peso.
À medida que envelhecemos, a primeira coisa a se notar é uma redução do metabolismo. Engordar se torna mais fácil e emagrecer, mais difícil. Manter a alimentação desregrada não é mais possível e não só pelo aumento do peso, mas sim porque órgãos do sistema gástrico padecem pela falta de alimentos saudáveis. A vontade de praticar atividades físicas se evapora junto com rotinas cansativas de trabalho e resistir à tendência de se entregar ao repouso físico é muito difícil. Quanto mais envelhecemos, mais o nosso organismo fica suscetível a desenvolver doenças. Isso pode ser revertido através de um estilo de vida fisicamente ativo e uma dieta saudável.
O progresso do envelhecimento em uma pessoa sedentária é muito maior. Precisamos ter em mente que o nosso organismo foi feito para se mexer até o fim da vida. Quanto mais exercitamos músculos e exigimos de sistemas como o cardiovascular e o respiratório, maior será nossa capacidade física ao longo do tempo. A diferença entre o idoso de hoje e o idoso de ontem – se você reparou – é gritante! Era absolutamente comum que pessoas se tornassem idosas e fisicamente limitadas por dores crônicas e doenças com cerca de 50 anos de idade. Nos dias atuais, pessoas de 70 deixam os mais jovens de queixo caído ao mostrar toda a sua performance em parques, clubes e academias, se exercitando com frequência regular e esbanjando saúde.
Rejuvenescimento?
Nunca devemos usar essa palavra para falar do fenômeno sofrido pelos nossos idosos dos dias atuais, simplesmente porque trata de um processo que não existe! Ninguém rejuvenesce, por mais que seja exatamente isso que parecemos ver por aí. O que acontece é que estávamos acostumados com uma relação entre idade e conservação que foi alterada. Isso significa que as pessoas estavam envelhecendo cedo demais e até mesmo morrendo cedo demais devido a toda uma vida de hábitos de saúde ruins agravados pelo estilo de vida sedentário. O “rejuvenescimento” dos idosos de nossa época nada mais é do que a descoberta de um estilo de vida favorável à saúde do organismo, que responde com uma adaptação a um processo de envelhecimento natural e muito mais lento.
O melhor disso tudo é pensar que ser idoso pode perfeitamente significar ser saudável e que a velhice não precisa ser uma fase difícil e sofrida. Um idoso pode ser feliz e desfrutar da vida como uma pessoa de qualquer outra idade e talvez até mais! A atividade física na terceira idade é indispensável para o cultivo da saúde, o prolongamento da vida e para o bem-estar e qualidade de vida.