As regras do Jiu-Jitsu ainda são um mistério para vários iniciantes e entusiastas dessa fantástica arte marcial. Muitos se perguntam quando o combate termina, quais são os golpes permitidos e as principais condutas que fazem com que um confronto se torne justo e respeitoso.
Como você já deve saber, o tatame é repleto de disciplina e deveres, e antes de mais nada, é imprescindível entender que o que é ensinado em uma aula é obrigatoriamente repassado para uma competição, seja ela nacional, seja internacional.
Sendo reconhecida hoje como uma das lutas mais eficazes do mundo, o Jiu-Jitsu brasileiro é uma verdadeira febre entre as pessoas de ambos os sexos e de todas as idades.
Porém, para que o espírito original dessa arte marcial seja preservado, é importante entender um pouco mais sobre sua história, regras, benefícios e outros temas relacionados que são essenciais para qualquer praticante.
Neste post, falaremos sobre tudo isso, fazendo com que você elimine de vez a maior parte das suas dúvidas sobre o esporte.
Pronto para saber mais a respeito? Continue sua leitura até o final!
Um pouco da história dessa arte marcial
Para quem não sabe, o Jiu-Jitsu original foi inventado no Japão e continha em sua essência as torções e golpes de alavancas para derrotar um oponente em combates em período de guerra.
A arte original foi desenvolvida no período dos samurais e, até então, era restrita para um seleto grupo de pessoas que tinham a chance de aprender e aplicar as técnicas que eram extremamente efetivas em campo.
O Jiu-Jitsu japonês tinha uma forte ênfase em combates em pé, assim como alguns movimentos e golpes que eram praticados no solo — e essa é uma das principais diferenças entre a versão brasileira e a oriental.
No Brasil, o Jiu-Jitsu foi desenvolvido pela família Gracie ao longo do século XX. Duas das pessoas que mais contribuíram para a adaptação foram Hélio Gracie e Carlos Gracie, que são amplamente conhecidos como os principais “inventores” do estilo tupiniquim.
Em primeiro lugar, Carlos Gracie incluiu técnicas de judô e de luta no solo, em seguida, Hélio aperfeiçoou e amplificou a quantidade de golpes de alavanca e de técnicas que tinham como principal objetivo a finalização do oponente.
Grande parte do acervo de movimentos do Jiu-Jitsu Brasileiro foi criado tendo em mente que nem sempre golpes tradicionais (como socos e chutes) são eficientes para todas as pessoas.
O BJJ — Brazilian Jiu-Jitsu, como é chamado no exterior, — é amplamente reconhecido como uma arte marcial que não exige muita força física do lutador, e sim um pleno domínio dos golpes e técnicas que estão dentro do “método”.
Como todo amante da arte marcial sabe, Hélio Gracie não era um homem muito alto nem com muita força, por conta disso, não conseguia aplicar os movimentos da terra do sol nascente, assim, seu estilo se tornou diferente de tudo que existia e extremamente eficiente.
Ao longo dos anos, Carlos e Hélio repassaram sua metodologia para o restante da família Gracie e pessoas interessadas em inúmeras academias.
Diversos desafios foram criados e o Jiu-Jitsu brasileiro marcou presença em vários eventos de luta, inclusive o antigo e aclamado vale-tudo.
Nos anos 90, o sucesso culminou na vitória de Royce Gracie nos dois primeiros UFCs, o que fez com que essa arte marcial ganhasse espaço internacional pela sua eficácia e singularidade na aplicação de golpes.
Hoje, qualquer evento de MMA — Mixed Martial Arts — (oriundo do Vale-tudo) faz com que seja imprescindível ter o domínio das técnicas de chão para poder “sobreviver” aos rounds do combate.
Por que as regras são importantes nas artes marciais
Apesar do Jiu-Jitsu brasileiro ter crescido e se destacado no vale-tudo, onde as regras são escassas e praticamente inexistentes (se mencionarmos os primeiros combates) elas são profundamente importantes em um ambiente competitivo.
Elas servem como parâmetro e segurança para os atletas, onde golpes ilegais geram desclassificação e uma repercussão negativa do praticante que busca a vitória a todo custo. Nas artes marciais, os combates controlados devem fazer parte do aprendizado e são essenciais para a solidificação das técnicas aprendidas.
São nas competições que os lutadores podem dar tudo de si, sem se preocupar com graves danos e nem com golpes ou medidas que colocarão sua vida (ou a do seu adversário) em risco de alguma lesão grave ou até de morte.
Há o auxílio de um árbitro, e, junto com as regras, cria-se um espírito competitivo pautado na educação, honra e bons costumes que são frequentemente relacionados com o conhecimento marcial oriental, que é onde o nosso Jiu-Jitsu tem raízes profundas.
As principais regras do Jiu-Jitsu
As regras do Jiu-Jitsu são bem singulares. Antes de tudo, é essencialmente importante dizer que nessa arte marcial as competições não permitem nenhum golpe “tradicional”. Chutes, socos, cotoveladas, joelhadas e uma infinidade de outros movimentos são plenamente restritos.
Fora isso, é crucial alertar que os praticantes somente lutam com adversários que estão dentro da sua idade, faixa e peso.
Em algumas situações, o vencedor de uma categoria pode lutar com outros atletas mais pesados para tentar se consagrar ainda mais, essas etapas são reconhecidas como lutas “overall”.
Outras regras incluem:
- vitória direta por finalização ou contagem de pontos;
- toda luta deve ser realizada no tatame e com árbitro presente;
- atletas que utilizam golpes ilegais ou técnicas questionáveis podem ser punidos também por pontuação, o que pode levar à desclassificação;
- as pontuações seguem o seguinte padrão: 2 pontos por queda, joelho na barriga e raspagem, 3 pontos por passagem de guarda e 4 pontos por montada e pegada nas costas.
Demais detalhes são passados de acordo com a federação e competição
vigente — isso significa que essas regras gerais podem modificar de acordo com o campeonato em questão. Por isso, é importante prestar atenção nas regras antes de competir e tirar todas as dúvidas com seu mestre (professor) antes de se inscrever.
Apesar disso, essas são as principais diretrizes dos combates, e na maioria das vezes, esses são os principais pontos que os atletas devem se ater durante as lutas.
Lembrando que, além disso, todos os lutadores devem manter as regras de conduta que são aprendidas durante as aulas. Cumprimentar o adversário, ter pontualidade, manter o quimono em ordem e uma série de outros conhecimentos, mantidos no dia da competição.
Quanto às faixas, saiba que elas são basicamente 6 no total: branca, amarela, azul, roxa, marrom e preta. Algumas academias e escolas apresentam um sistema único de faixas, mas o tempo de permanência entre cada uma delas é o mesmo (cerca de 1 ano para cada uma até a faixa roxa, 2 anos na marrom para poder se candidatar para o teste para preta).
Alguns dos principais benefícios do Jiu-Jitsu
Agora que você já sabe mais sobre a história dessa arte marcial e suas principais regras, chegou a hora de falarmos brevemente acerca dos benefícios que esse esporte pode proporcionar para sua vida.
Em um momento inicial, podemos citar que essa é uma das lutas que mais emagrecem. Ao longo da prática regular, é possível atingir a perda de peso e o aumento da definição muscular por conta do altíssimo gasto calórico.
A resistência física e o aumento de força e de condicionamento cardiovascular também são outros pontos importantes, facilmente observáveis nos atletas desse esporte.
Não podemos também deixar de mencionar que o Jiu-Jitsu traz vários benefícios mentais, ele alivia o estresse, ajuda a fortalecer a disciplina e a controlar a ansiedade. O aluno ainda aprende excelentes noções de autodefesa e se torna mais confiante ao longo do seu treinamento.
A falta de impactos também é outro fator muito interessante, que faz com que homens, mulheres, crianças e até mesmo idosos se sintam completamente confortáveis para praticar.
Entendendo a troca de faixa no Jiu-Jitsu
A mudança de faixa varia de acordo com a escola e professor. A faixa etária também é outro fator a ser considerado, veja abaixo a ordem para troca de faixas.
Para a fase infantil, que vai de 4 até 15 anos da idade:
- faixa branca:
- faixa cinza com branco;
- faixa cinza;
- faixa cinza com preto;
- faixa amarela com branco;
- faixa amarela;
- faixa amarela com preto;
- faixa laranja com branco;
- faixa laranja;
- faixa laranja com preto;
faixa verde com branco;
- faixa verde;
- faixa verde com preto
Lembrando que algumas escolas eliminam as faixas com duas cores para fazer a progressão mais linear e menos complicada para as crianças. Veja abaixo a progressão de faixa para adultos, que vão dos 16 anos de idade em diante:
- faixa branca;
- faixa azul;
- faixa roxa;
- faixa marrom;
- faixa preta.
Após a faixa preta, existe outro sistema de graduação e de níveis, mas, todos eles são voltados para mestres e para aqueles que dedicam sua vida ao Jiu-Jitsu. O tempo de permanência entre as faixas são enormes (podem levar décadas) para esses últimos casos.
Em todos os outros, o tempo de permanência — especialmente para quem utiliza as faixas brancas — depende da análise do professor. O mesmo vale para a progressão para os outros níveis até a cobiçada faixa preta.
Por regra, é possível que um aluno permaneça entre 1 e 2 anos dentro de um grau (como na faixa azul, por exemplo) antes de avançar para seu teste de graduação. Essa tende a ser uma estimativa realista praticada pela maioria das escolas e academias.
Essas são as principais regras desse fantástico esporte que a cada ano mobiliza milhões de pessoas em todo mundo. Vale ressaltar que mulheres também podem participar as aulas, e não há nenhuma distinção quanto ao gênero. Todos podem aprender e evoluir juntos.
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