Os níveis de Jiu-Jitsu se assemelham, de certa forma, com os diferentes níveis de atividade física. Em todos os esportes, há uma espécie de progressão de complexidade na qual os novos exercícios e técnicas são apresentados ao praticante.
Nessa arte marcial, assim como em outras de origem oriental, há um sistema de faixas que ajudam a demonstrar o grau de experiência do lutador. Isso serve para padronizar o ensino e definir imediatamente a experiência de cada participante, fazendo com que as aulas sejam ministradas com mais segurança e efetividade.
Afinal, é sempre um problema encaixar alunos de nível iniciante com outros atletas mais avançados, e por esses e outros motivos, há a necessidade de fazer a diferenciação de maneira clara e objetiva.
Ao longo deste post, falaremos mais sobre os níveis de Jiu-Jitsu e as cores das faixas, suas principais diferenças e outras razões importantes para a necessidade dessas distinções.
Pronto para saber mais a respeito? Continue a sua leitura até o final!
A origem do sistema de faixas
A origem do sistema de faixas no Jiu-Jitsu brasileiro é um pouco complicada. A princípio, estima-se que a sua criação se deu em função da crescente popularidade do esporte, que, ao longo do tempo, precisou se enquadrar em uma padronização eficiente.
Hélio Gracie, um dos maiores difusores da modalidade, chegou a dizer que a faixa somente servia para segurar a calça, e que, no Jiu-Jitsu tradicional, elas são apenas um simbolismo para definir o praticante da arte.
Hoje, existem cerca de 9 cores diferentes que demonstram o tempo de prática e o nível de habilidade de cada atleta. Vale mencionar que há diferenças de acordo com a escola e a academia, e algumas cores podem apresentar variações.
Também é preciso dizer que existem pequenas variações entre a idade. Os adultos apresentam um sistema mais simplificado, enquanto as turmas infantis costumam dar mais importância à faixa etária.
E, para quem tem real curiosidade, é importante mencionar que nem sempre as cores e o sistema de graduação com faixas foi utilizado no oriente. Na verdade, até o século XX, a maioria das artes marciais não davam muita importância para esse aspecto.
Foi o Judô que começou a usar essa padronização como um modelo de ensino mais prático e eficiente para os atletas que gostariam de seguir aprendendo e evoluindo dentro do esporte.
As cores e o sistema de graduação
Agora que você já sabe a origem, chegou o momento de falar mais sobre as cores das faixas que são mais comuns na prática brasileira. Como mencionamos, nem todas as escolas e academias seguem esse padrão, mas ele é bem próximo da realidade e das regras gerais do Jiu-Jitsu.
Inicialmente, falaremos sobre os mais jovens e, em seguida, abordaremos como é a questão de faixas no sistema voltados para adultos (a partir dos 16 anos de idade).
As cores e o sistema de faixas infantil
As turmas infantis seguem a faixa etária de 4 a 15 anos de idade. Ao todo, existem apenas 5 cores, com algumas variações entre elas. As faixas são das seguintes cores:
- branca;
- cinza;
- amarela;
- laranja; e
- verde.
Durante essa fase, não há período mínimo de permanência, pelo menos de acordo com o padrão da IBJJF (Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro).
As graduações ocorrem de acordo com a observação do professor e com o domínio de cada técnica apresentada. Apesar dessa particularidade, existe uma cerimônia e um teste em que o aluno deve demonstrar seus aprendizados de maneira prática. Sendo aprovado, ele recebe a sua nova faixa e progride no esporte.
A partir da faixa cinza, existem variações que demonstram também o nível de aptidão do aluno. Nessa cor, por exemplo, existe a faixa cinza e branca, totalmente cinza, e cinza e preta. Somente após a terceira variação, o aluno passa para a próxima cor.
Esses “degraus” de conhecimento também seguem o padrão que acabamos de mencionar sobre cerimônias e graduação. Todas as crianças devem ser capazes de executar as técnicas antes de evoluir.
As cores e o sistema de faixas para adultos
No caso dos adultos, as faixas são ligeiramente mais simples. A faixa etária é a partir dos 16 anos de idade, e, para a maioria de nós, esse é o sistema mais conhecido e amplamente utilizado. Porém, é importante notar que existe uma idade mínima para cada um desses níveis.
Ao todo, as cores são:
- branca (16 anos ou mais);
- azul (16 anos ou mais);
- roxa (18 anos ou mais);
- marrom (18 anos ou mais);
- preta (19 anos ou mais);
Após a preta, existem graus mais avançados, que se dividem em outras três categorias. São elas:
- vermelha e preta (50 anos ou mais);
- vermelha e branca (57 anos ou mais) ;
- vermelha (67 anos ou mais).
O critério para evolução de faixa depende de cada professor e do nível de aptidão de cada atleta. Porém, há uma orientação básica que diz que a faixa branca não tem tempo mínimo de permanência para graduação — o aluno precisa realmente dominar as técnicas para avançar.
A partir disso, são essas as recomendações restantes:
- azul — 2 anos;
- roxa — 1 ano e meio;
- marrom — 1 ano;
- preta — 31 anos para próximo grau (período fixo e não mínimo).
A faixa não deve ser o seu objetivo principal
Agora que você conhece todos os níveis e a organização geral do sistema de graduação, chegou o momento de falar sobre um assunto importante e que é pouco difundido nas academias.
Em qualquer luta, é preciso ter em mente que atingir ou conquistar uma faixa não deve ser o seu objetivo principal. A sua busca deve estar na absorção do conhecimento e na dedicação constante para melhorar na arte.
Existem muitos alunos de faixa marrom, por exemplo, que conseguem vencer os de faixa preta. E o mesmo acontece nos outros mais variados graus. A cor é somente uma demonstração da sua permanência e dos seus conhecimentos, mas nunca é uma prova viva das suas capacidades.
Portanto, é extremamente importante permanecer focado para conquistar os seus objetivos. Muitos entram no Jiu-Jitsu para emagrecer e acabam evoluindo e se apaixonando pelo esporte, e essas são as histórias que realmente importam.
O mesmo vale para aqueles que se sentem perdidos e encontram disciplina e importantes valores dentro da arte, que, nesse caso, serve como um alicerce para o desenvolvimento do praticante.
Como vimos, os diferentes níveis de Jiu-Jitsu, representados pelas cores das faixas, apresentam um caráter mais pedagógico, servindo para sinalizar o grau de experiência do lutador. Por isso, ao iniciar a prática dessa arte, o ideal é focar-se não domínio da técnica, sem se preocupar em alcançar logo a faixa preta, por exemplo.
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